Sorriso

Ela riu sozinha : era uma brincadeira, qualquer coisa é só ir embora, pensou.
Ele se aproximou e ela tentou não rir, ria de tudo , se achava estúpida por rir tanto :era criança, era feliz!
Fez cara de séria quando ele a olhou.

-- Oi!

-- Oi!

--Tudo bem?

-- Não falo com estranhos...

--Err...Desculpe...eu achei que era uma amiga minha e...

--Haha...sou eu mesma, prazer! Desculpe, não pude evitar a brincadeira!

Ela ria por dentro, da situação, de nervosismo e principalmente da cara dele.
Sem saída ele sorriu...um sorriso assim de monalisa : lindo , envergonhado e indecifrável.
O tempo parou no sorriso...ficou encantada,intrigada...
E aquele sorriso de monalisa fez a vida dela mudar pra sempre.

Soeur

-Você parece não ter medo de nada...

-E você parece ter medo de tudo!

-Mas , sério, do que você tem medo?

-E você , do que REALMENTE tem medo?

-De todas as coisas que já disse a você...

-Então realmente tem medo de tudo...

-E você é tão fria e finge não ter medo de nada.

-Eu tenho medo da solidão...

-Eu nunca vou te deixar sozinha!Eu te amo!

-Eu também te amo!

Mas você sempre me deixa sozinha...

A veracidade dos fatos aqui citados é discutível pois trata-se de uma realidade inventada.

Cotidiano

Não era hora de acordar, mas acordou, nunca acontecia isso, era um milagre... Sorriu pensando na ironia.
A inquietude não é caracteristica sua e não estava sob efeito de remédios...dos velhos remédios que prometiam a felicidade mas não faziam efeito há tempos.Esperança é a ultima que morre!
As coisas que tinha pra fazer, os problemas que tinha pra resolver vinham á sua cabeça mas não tinham importância , não eram prioridade, só o hábito.
O hábito de pensar na sua rotina , de enumerar as tarefas e se lamentar pela procrastinação que só lhe rendia problemas....
É o hábito ,pensou...agia assim por hábito, gostava disso por hábito, aceitava aquilo por hábito, estava ali por hábito...
E por hábito deitou novamente e dormiu...afinal não tinha o hábito de pensar como seria sua vida com desábito.

A veracidade dos fatos aqui citados é discutível pois trata-se de uma realidade inventada.

Homem é preso após pagar stripper com dinheiro falso

"O norte-americano Michael Harris, de 40 anos, foi preso na cidade de Nova York, nos EUA, depois de tentar pagar uma stripper com notas falsas de US$ 10, segundo reportagem do jornal "New York Post".
Harris tinha ido até o clube Gotham City, localizado na Eighth Avenue, para se divertir um pouco. De acordo com a polícia, o homem estava com 28 cédulas falsas e tentou pagar a stripper com elas.
Pelas regras da casa, os clientes precisam pagar uma taxa fixa de US$ 20 para a dançarina antes dela entrar em uma cabine na qual o cliente assiste à sua performance --os dois ficam separados por um vidro.
No entanto, segundo a polícia, a experiente stripper notou que o dinheiro entregue era falso. Harris tentou se livrar das outras cédulas falsas quando foi descoberto, mas não conseguiu escapar. Ele foi preso por crime de falsificação."

Fonte: Planeta Bizarro/Globo

Se eu fosse advogada dele iria alegar que já que os peitos eram falsos a negociação só seguiu na mesma linha...

É a paz da minha guerra!

Imagem retirada do Flickr

Ela não via mais cor na sua rotina.
Não prestava mais atenção nas coisas que fazia, agia quase sempre no automático, não sabia se estava feliz , sempre chegava á conclusão de que faltava algo.
Não entendia porque se sentia assim já que na opinião da maioria tinha o suficiente.
Se sentia suspensa no tempo , alheia a tudo que via , pensava que sobrevivia no lugar de viver.
Mas naquela hora ela esquecia de tudo, não se lembrava de problema nenhum , pensava que tudo estava no seu lugar e desconhecia lhe faltar alguma coisa...naquela hora em que ela encostava a cabeça no peito dele e ficava brincando com a mão em seus pêlos..naquela hora que o perfume morno e adocicado da manhã predominava...naquela hora ela tinha tudo!

O velho safado estava certo!

Entre as pessoas mais legais que conheci a maioria era de longe, não moravam na mesma cidade,estado/país que eu, e sempre me perguntei porque não encontrava pessoas assim aqui no meu mundinho , na minha provinciazinha...
E com toda essa distância anulada pela internet descobri pessoas maravilhosas do tipo que quase não encontro por aqui.
O fato é que com a internet nos resta fazer o que nos esquecemos de fazer com as pessoas ao nosso redor, ou por falta de tempo ou interesse mesmo: conhecê-las, prestar atenção nelas, escutá-las...
E porque será que não fazemos isso no dia a dia, ali no ponto de ônibus, na fila do banco,na rua... com o passar do tempo ficamos cada vez mais carentes e cada vez mais sozinhos por escolha própria.
Como dizia Bukowski sobre as pessoas :"Quanto menos as vejo, mais eu gosto delas."

O charme das feias- bonitas

SE VOCÊ, COMO EU, NÃO É NENHUMA Gisele Bündchen, não há motivo para se desesperar em frente ao espelho. Quem dera ser uma deusa, mas não sendo, há chance de sermos incluídas no time das interessantes. Junte nove lindas e uma mulher interessante e será ela quem vai se destacar entre as representantes do marasmo estético. Perfeição, você sabe, entedia.

Mulher interessante é aquela que não nasceu com tudo no lugar, a não ser a cabeça - e, às vezes, nem isso, pois as malucas também têm um charme que vou te contar. A mulher interessante não é propriamente bonita, mas tem personalidade, tem postura, tem um enigma no fundo dos olhos, uma malícia que inquieta a todos quando sorri - e um nariz diferente. São também conhecidas como feias-bonitas.

Eu poderia citar um batalhão de feias-bonitas que, aqui no Brasil, são públicas e notórias, mas vá que elas não considerem isso um elogio. Então vou dar um exemplo clássico que vive a quilômetros de distância: Sarah Jessica Parker. É uma feia lindona. Uma feia classuda. Uma feia surpreendente. Adoro este tipo de visual. Mulheres com rostos difíceis de classificar, que não se enquadram em nenhum padrão.

A Meryl Streep agora está meio rechonchuda, mas quando surgiu como coadjuvante em "Manhattan", filme de Woody Allen, chamou a atenção não só pelo talento, mas pelo seu ar blasé, seu porte altivo e uma sobrancelha que arqueava interrogativamente, como se perguntasse: e aí, você já decidiu se lhe agrado ou não? Paralisante.

Esse gênero de mulher não figura nos anúncios da Lancôme e não possui um rosto desenhado com fita métrica: olhos, boca e nariz a uma distância equilibrada um dos outros. Nada disso, a feia-bonita é aquela que não causa uma excelente impressão à primeira vista. Ao contrário, causa estranhamento.

As pessoas questionam-se. O que é que essa mulher tem? Ela tem algo. Pronome indefinido: algo.
Ficar bonitinhas, muitas conseguem, mas ter algo é para poucas. Não dá para encomendar num consultório de cirurgia plástica. Não adianta musculação, dieta, hidratantes. Feias-bonitas têm a boca larga demais. Ou um leve estrabismo. Ou um nariz adunco. Ou seja, este algo que elas têm é algo errado. Mas que funciona escandalosamente bem.

E há aquelas que não têm nada de errado, mas também nada de relevante. Um zero a zero completo, e ainda assim se destacam. Um exemplo? Aquela menina que atua no "Homem-Aranha", Kirsten Dunst. Jamais será uma Michelle Pfeiffer, mas a menina tem algo. Quem dera que esse algo fosse vendido em frascos nos freeshops da vida.

Se o fato de ser uma feia-bonita é, digamos, uma ótima compensação, ser um feio-bonito é o prêmio máximo. Eu, ao menos, prefiro-os disparadamente aos bonitos-bonitos. Não é que eu tolere um narigão num homem: ele tem que ter um! Nada de baby face. É obrigatório uma cicatriz, ou um queixo pronunciado, um olhar caído. Você está se lembrando de um monte de cafajestes, eu sei. Ou de um monte de italianos. É esse tipo mesmo, você pegou o espírito da coisa.

Feias-bonitas e feios-bonitos tornam a vida mais generosa, democrática, divertida e interessante. Não podemos ter tudo, mas algo se pode ter.

Martha Medeiros